Publiquei este conto no site Recanto das Letras como parte de um "experimento". Era para ser algo rápido e descartavel; mas algumas pessoas acabaram gostando e de vez em quando me pedem para publicar aqui na CT já que meu acervo no RL já não mais se encontra disponível. Bem, aí está, então, o conto com outro título. Não me perguntem qual era o título original por que simplesmente esqueci, rssrsr. Boa leitura!
A AMADA MARIANA
Henry Evaristo
Sem dúvida Gabriel a amava. Agora mais do que nunca, vendo-a daquele jeito entregue à sua mercê, ele podia sentir todo o seu corpo se modificando, se alterando para poder estar com ela. Mais do que isso, ele podia sentir toda a força do amor que vagava pelos recantos mais ínfimos de sua alma.
Sim, a amava. E amaria para sempre. Jamais sairia do seu lado. Jamais a abandonaria naquele lugar tão distante e solitário para onde se mudara pois ambos pertenciam um ao outro. A essência de ambos era uma só e era somente um universo que os abrigava.
Gabriel então a tomou em seus braços pois não podia suportar nem mesmo a diminuta distancia que os separava. Queria fazer parte dela assim como sua própria pele. Queria desesperadamente misturar-se ao seu corpo; Sentir e explorar seu interior; Estar dentro dela como estivera em tantas e tantas vezes nas madrugadas feéricas da cidade.
Com ânsia e sofreguidão, ele mergulhou no seu mais louco devaneio e pôde sentir todo o seu ser gritando com um prazer que lhe era até então desconhecido. Uma força que nem mesmo em seus mais avassaladores momentos jamais havia conhecido. Como podia amar daquela forma? Como podia sentir tal coisa? O que havia mudado tanto no decorrer das últimas três semanas quando pela primera vez se haviam separado? Eram respostas que sua mente procurava, mesmo a despeito de todo o prazer que sentia ao penetrar fundo em seu amor maior. Com ela, a doce Mariana, naquele momento ele sentia-se pairar para outras esferas; alcançar outros universos. Ele e ela eram luz, eram atmosfera! E se lambuzavam por completo nos fluidos daquele mundo até ali inexplorado.
Não era capaz de compreender o que se passava. Estava a fazer amor com a mesma pessoa de tantas e tantas vezes; no entanto, a sensação que experimentava era tão diferente... Tão melhor... Tão devastadora que não podia mais conter seu próprio corpo. A força vinha de suas entranhas e parecia explodir em seu cérebro. No momento do clímax, não lhe foi possível conter o grito.
Mas não podia gritar. Não devia. Em algum lugar em seu subconsciente possuía uma vaga noção de que o que fazia ali estava errado; terrivelmente errado.
E foi antes que pudesse se vestir que avistou os focos das lanternas avançando pela escuridão. Estava fraco, cambaleante. O orgasmo o havia esmaecido e exaurido como jamais o fizera. Não teve forças para saltar para fora da cova onde haviam enterrado Mariana, sua noiva, há três semanas. Foi onde os homens o encontraram, chorando, tentando subir de volta e caindo sobre o cadáver putrefato e avermelhado que desenterrara.
Não foi preciso muito esforço para descobrir onde ele estava; perdido na escuridão do cemitério. O mal-cheiro que se espalhara marcara sua localização em meio às lápides.
Foi levado completamente louco ao sanatório municipal e dizem que quem dele se aproxima, ainda hoje, pode sentir o cheiro de carne podre que seu suor exala.
Sim, a amava. E amaria para sempre. Jamais sairia do seu lado. Jamais a abandonaria naquele lugar tão distante e solitário para onde se mudara pois ambos pertenciam um ao outro. A essência de ambos era uma só e era somente um universo que os abrigava.
Gabriel então a tomou em seus braços pois não podia suportar nem mesmo a diminuta distancia que os separava. Queria fazer parte dela assim como sua própria pele. Queria desesperadamente misturar-se ao seu corpo; Sentir e explorar seu interior; Estar dentro dela como estivera em tantas e tantas vezes nas madrugadas feéricas da cidade.
Com ânsia e sofreguidão, ele mergulhou no seu mais louco devaneio e pôde sentir todo o seu ser gritando com um prazer que lhe era até então desconhecido. Uma força que nem mesmo em seus mais avassaladores momentos jamais havia conhecido. Como podia amar daquela forma? Como podia sentir tal coisa? O que havia mudado tanto no decorrer das últimas três semanas quando pela primera vez se haviam separado? Eram respostas que sua mente procurava, mesmo a despeito de todo o prazer que sentia ao penetrar fundo em seu amor maior. Com ela, a doce Mariana, naquele momento ele sentia-se pairar para outras esferas; alcançar outros universos. Ele e ela eram luz, eram atmosfera! E se lambuzavam por completo nos fluidos daquele mundo até ali inexplorado.
Não era capaz de compreender o que se passava. Estava a fazer amor com a mesma pessoa de tantas e tantas vezes; no entanto, a sensação que experimentava era tão diferente... Tão melhor... Tão devastadora que não podia mais conter seu próprio corpo. A força vinha de suas entranhas e parecia explodir em seu cérebro. No momento do clímax, não lhe foi possível conter o grito.
Mas não podia gritar. Não devia. Em algum lugar em seu subconsciente possuía uma vaga noção de que o que fazia ali estava errado; terrivelmente errado.
E foi antes que pudesse se vestir que avistou os focos das lanternas avançando pela escuridão. Estava fraco, cambaleante. O orgasmo o havia esmaecido e exaurido como jamais o fizera. Não teve forças para saltar para fora da cova onde haviam enterrado Mariana, sua noiva, há três semanas. Foi onde os homens o encontraram, chorando, tentando subir de volta e caindo sobre o cadáver putrefato e avermelhado que desenterrara.
Não foi preciso muito esforço para descobrir onde ele estava; perdido na escuridão do cemitério. O mal-cheiro que se espalhara marcara sua localização em meio às lápides.
Foi levado completamente louco ao sanatório municipal e dizem que quem dele se aproxima, ainda hoje, pode sentir o cheiro de carne podre que seu suor exala.
3 comentários:
Excelente, mestre! A paixão possui inúmeras formas de manifestar sua inflexivel vontade. Quando dela somos presas, ficamos à deriva num mundo onde a razão não passa de uma fábula há muito esquecida. Este conto faz-nos pensar o quão horrível pode ser este pujante sentimento!
Surpreendente Henry, quando tudo parece sublime e idealizado, um gore diferenciado surge de forma bem explorada nesse conto.
Henry, lembro de ter lido este conto no RL, e acho que me recordo do antigo título, que aliás era bem chamativo...rs. (mas não vou contá-lo). Enfim, o conto é ótimo, independente do título.
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