MALAGHANI*
Henry Evaristo
É nas fossas miasmáticas, perdidas nas noites dos meus sonhos,
que encontro Malaghani.
Maviosa Malaghani dos mil encantos! Tuas curvas são como as ondas que se espraiam ao luar!
Pois nessa vida natureza não há que não se curve ao arrepio de te ver chegando por entre os bosques, à noite!
E como do vil demônio se me atingisse o açoite, me quedo alquebrado e imóvel; incapaz de falar.
Oh Malaghani, não me olhe assim com estes dois universos aziagos que são teus olhos estranhos. Ai, que eles não me deixam mais sentir os perfumes do mundo. E não me beije com essa boca asquerosa quando o que prometeste foi que apenas destilaria seus mais suaves néctares para mim!
Estou perdido, Malaghani! Não tenho mais nenhum discernimento, pois agora digo horrível ao que em verdade é belo, e te julgo a mais celestial das criaturas!
Então vem, minha jóia, e me abraça com estas tuas mãos que a terra já viu.
E me leva para onde os mortos repastam!
* - Inspirado em imagem proposta por Tânia Souza no fórum da Câmara dos Tormentos
Henry Evaristo
É nas fossas miasmáticas, perdidas nas noites dos meus sonhos,
que encontro Malaghani.
Maviosa Malaghani dos mil encantos! Tuas curvas são como as ondas que se espraiam ao luar!
Pois nessa vida natureza não há que não se curve ao arrepio de te ver chegando por entre os bosques, à noite!
E como do vil demônio se me atingisse o açoite, me quedo alquebrado e imóvel; incapaz de falar.
Oh Malaghani, não me olhe assim com estes dois universos aziagos que são teus olhos estranhos. Ai, que eles não me deixam mais sentir os perfumes do mundo. E não me beije com essa boca asquerosa quando o que prometeste foi que apenas destilaria seus mais suaves néctares para mim!
Estou perdido, Malaghani! Não tenho mais nenhum discernimento, pois agora digo horrível ao que em verdade é belo, e te julgo a mais celestial das criaturas!
Então vem, minha jóia, e me abraça com estas tuas mãos que a terra já viu.
E me leva para onde os mortos repastam!
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* - Inspirado em imagem proposta por Tânia Souza no fórum da Câmara dos Tormentos
Um comentário:
Um mestre e uma obra-prima! Um texto intenso e esclarecedor. Sim, nos faz enxergar além, por trás dos anseios pueris e dos desejos rasos. A personagem narra um épico vertiginoso, como todas as paixões que nascem e morrem na sugestão! Bravo! Bravo! Mestre Henry!
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