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25.8.08

AMANTE DAS ESTRELAS

O escritor Pedro Pazzeli retorna à Câmara com um conto de ficção-científica surpreendende. Boa leitura!





AMANTE DAS ESTRELAS

Por Pedro Pazzeli



O apresentador de TV do canal 13 apresentou à entrevistada:

-Estamos aqui com dona Márcia do Rio de Janeiro, moradora no bairro do Meyer que disse à imprensa ter visto uma nave extraterrestre:

- Então, dona Márcia, a senhora declarou no jornal que viu um objeto voador não identificado, uma nave espacial. É verdade?

-Bem...Eu estava no meu apartamento, dormindo, quando acordei com uma luz azul invadindo o quarto. Cheguei até a janela e vi algo flutuando sobre o meu quintal.

-Que tamanho mais ou menos tinha o objeto e seu formato?

-Era pequeno, redondo, azulado,com mais ou menos três metros de diâmetro e muitas luzes menores e coloridas que giravam em volta dele. Desceu lentamente no quintal. Nem o cachorro latiu e nem meu marido acordou.

-A senhora sentiu medo?

-Por incrível que pareça, não. Uma força irresistível me fez ir até o quintal. Nem sei como cheguei lá. Parece que eu estava hipnotizada e de repente eu estava lá. Aí vi que era uma nave. Tinha uma porta que abriu e apareceu um homem que brilhava como uma lanterna. Disse que se chamava Vap.

-Vap? Não seria o Vapt-Vupt? - ironizou o apresentador, sem que a mulher achasse graça.

- Não, era mesmo o nome dele – ela insistiu.

-Sim, Vap. E ele falava português?

-Ele falava com a mente e eu ouvia também com a mente e respondia da mesma forma.

-Então era telepatia?

-Tele o que?

-Telepatia, transmissão de pensamento, dona Márcia.

-Há, sim. Então era isso mesmo.

-E aí? O que ele disse? Nossos telespectadores estão ansiosos para saber.

-Ele disse que voltaria para me buscar.

O apresentador do programa voltou-se paras as câmeras, e em close, sentenciou:

-Os extraterrestres estão entre nós. Esta é uma verdade que dona Márcia irá nos contar após os comerciais.

Após o retorno dos comerciais, dona Márcia continuou seu relato:

-Ele disse que era do planeta Rap e que queria muito bem aos humanos, era de paz, pegou sua nave e foi embora.

Dias depois da entrevista, Márcia, arrependera-se de ter contado o fato a uma vizinha que não soube guardar segredo e contou a um sobrinho que era repórter que trabalhava no Jornal do Brasil e ele, para não perder a notícia, foi até a casa da dona-de-casa para obter o furo de reportagem. Convenceu Márcia a contar-lhe tudo, prometendo que ficaria em segredo. No dia seguinte estava o fato na primeira página do diário, associado a uma Rede de TV que fez mais alarde ainda com a história.

A verdade é que naquela noite, o marido de Márcia, açougueiro de um matadouro, sujeito grosseiro, chegou em casa e como das outras vezes, bateu na esposa por descobrir que mais uma vez ela menstruara e exigindo um filho dela. Ele era estéril e sabia disto, mas a esposa não. Assim, ele a culpava, fazia cena. Era uma forma de mostrar que ele era um macho fértil e viril. Até quando duraria aquela mentira?

-Sua imprestável!-disse ele, jogando-a no sofá com uma bofetada. -Você precisa se tratar, sua estéril. Até você engravidar vou lhe dar uma surra todo mês, ouviu?! – ameaçou.

Depois aquele homenzarrão gordo comeu, bebeu, deitou e dormiu roncando como um porco, sem sequer tomar banho, suarento e com cheiro do sangue dos animais por ele desossados.

A mulher ficou chorando e pensando o que a levara aquela união? A carência? A pobreza a que foi lançada quando seus pais morreram em um acidente de carro, sem deixar para ela condições de estudo e sustento? Foi então que viu a luz no quintal. Neste momento tudo foi igual ao que contara na entrevista. Apenas por um detalhe que ela omitiria na mídia. O homem das estrelas, acariciou se corpo e na grama do quintal amou-a como ela nunca havia sido amada e depois partiu.

Um mês depois, Márcia observou que a menstruação não viera. Foi ao médico, fez exames e estava grávida.

Feliz da vida, estava na sala, costurando uma saia, quando o marido entrou e ela, feliz, entregou a ele os exames. O homem parou boquiaberto, abriu o envelope, leu e sabendo da impossibilidade daqueles resultados serem verdadeiros, disparou:

-Sua vagabunda! Com quem foi, heim?

-Com você, ora...

O soco fez o sangue escorrer da boca. A saia e a tesoura caíram no chão:

-Eu e mais quem? – indagou, dando agora um tapa.

-Mas, amor eu...

-Só falta você dizer que foi este homem do disco-voador que você inventou para ganhar uns trocados nas entrevistas na TV, não é? Fala a verdade? Foi o vizinho do 504, aquele que fica olhando para a sua bunda quando você passa?

-Mas, meu amor, o filho só pode ser seu...eu...

A mulher levou um chute e caiu no chão.

O metal da tesoura brilhou aos seus olhos e quando ela notou, já havia acontecido. Um corpo pesado e caído ao lado da mesa com a tesoura cravada no coração.


Ao mesmo tempo uma luz azul invadiu a sala e Vap entrou. Pegou-a pela mão, levantou-a, beijou-a e disse: O filho é nosso, vamos! Você nada mais tem que fazer aqui. Márcia amparada pelo extraterrestre caminhou tropegamente pelo quintal até a nave e assim partiram.

No dia seguinte os jornais publicaram manchetes: “Assassinado açougueiro. Mulher que viu extraterrestre é a suspeita. Toda a polícia procura Márcia Lobato”.

Um ano depois, quando as buscas tinham sido em vão, o caso foi arquivado. Nunca mais ninguém ouviu falar de Márcia e seu amante das estrelas.

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